13.11.05

Nós somos Igreja!!!

O Expresso de ontem apresenta uma artigo do inefável Mário Robalo sobre o ICNE: quem quiser saber o que isso é deverá mesmo clicar no link, porque a leitura do jornal nada adianta: não ficamos a saber o que disseram os responsáveis de algumas das mais importantes dioceses europeias; não se sabe o que disseram os leigos dessas dioceses; não se fala dos testemunhos admiráveis sobre espiritualidade e acção caritativa que ali foram apresentados... Num artigo sobre o ICNE só se fala daquilo que ele não foi. Ficamos a saber que o Congresso da Nova Evangelização não acolhe unanimidade: o bispo do costume e o único teólogo que o jornalista conhece acham que o tema da pobreza foi esquecido, bla, bla, bla. Quanto ao bispo em questão, já sabemos, por anos da experiência, que ele diz sempre o contrário da maioria e que só quando a maioria estiver enganada é que ele acerta (coisa que, felizmente, raras vezes acontece).
Mas o mais grave é que a verdadeira teologia do laicado nunca consegue ser apresentada, substituída por frases feitas (ao estilo do populismo do Bloco de Esquerda) que pretendem perpetuar a fantasiosa divisão da igreja numa igreja hierárquica (que seria o Sheriff de Nothingham) e uma igreja carismática (que seria o Robin dos Bosques)!
Já não me lembro onde, li um texto em que Pedro Mexia parafraseava um célebre dito de S. Paulo: Se Cristo não ressuscitou, a Igreja é mais uma ONG! Por onde andaram os carismáticos durante os últimos anos? Já visitaram as Irmãs da Caridade de Chelas (aquelas que passaram a rezar mais porque eram poucas para o gigantesco trabalho que lhes era exigido pelos pobres de Calcutá, e cuja oração foi recompensada por uma onda de vocações tão grande que lhes permitiu auxiliar não apenas os pobres da índia, mas de tantos outros países)? Já visitaram o trabalho de realojamento e intervenção social que a Paróquia do Campo Grande, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, desenvolveu para o bairro das murtas? Sabem que há milhares de empresários católicos que se esforçam por dinamizar as suas empresas de modo a poder assegurar aos seus funcionários os ordenados justos? Sabem que um cristão, a fazer bem o seu trabalho (coisa que só é possível com a graça que lhe vem por uma vida de piedade intensa) cristianiza o mundo e as instituições sociais de modo muito mais eficaz que com megafones, distintivos e insígnias? Ou preferem continuar na utopia e pensar que as teorias do cristianismo social e dos padres-operários dos anos 50 mudarão o mundo?
É pena que depois apareçam, nas celebrações dominicais, a criticar a Congregação das Causas dos Santos por processos como os da Madre Teresa, do Padre Pio ou de Josemaria Escrivá; a dizer aos fiéis que não vale a pena visitar as relíquias de Santa Teresinha ou acompanhar a procissão de Nossa Senhora de Fátima...
Os números são a resposta adequada: ontem, mais de meio milhão de pessoa rezou em conjunto nas ruas de Lisboa... Quantas mais não seriam se os teóricos da pastoral teorizassem menos e rezassem mais?

2 Comentário(s):

Blogger Sebastião escreveu...

Quando eu era mais jovem os peixinhos vermelhos que então era moda ter nos lagos dos jardins públicos ou de algumas casas particulares faziam as delicias dos passantes. Os mais assíduos, observadores e irreverentes davam-lhes nomes que caracterizavam as especificidades de cada um deles. O texto de Mário Robalo trouxe-me à memória estas recordações da infância e adolescência. Talvez porque M. Robalo me faça lembrar um peixe vermelho, caído por engano, numa pia de água benta.

14 de novembro de 2005 às 11:56  
Anonymous Anónimo escreveu...

O Mário Robalo, um jornalista que faz por parecer aquilo que não é, desde dizer-se habilitado com um curso superior , sem o ter, é na verdade muito bem retratado nesta metáfora usada pelo Sebastião.

O peixe vermelho de raivas e rancores, revoltas interiores causadas pela falta de paz de espírito, que cai na pia da água benta por engano.

Uma pessoa que diz e escreve amiúde sobre a teologia da libertação, que finge misturar-se no meio dos pobres de bairros sociais, para disfarçar a sua natureza pervertida, revoltada, desconfiada...

Um homem que gosta de virgens freiras (já vai na 3ª que se saiba...)porque são facilmente dominadas e manipuláveis e que depois lhes inflinge porrada e as abandona???

Desculpem, mas que direito tem este homem para falar dos assuntos de Deus?

Muita coisa vai mal neste mundo de aparências...

António João Corrêa de Melo

9 de setembro de 2007 às 22:40  

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