12.3.05

A Família: âmbito natural do amor

A Família é, numa definição de Pedro Juan Villadrich “a sociedade natural onde se nasce, se cresce e se morre como pessoa”.
Sociedade natural porque, próprio da natureza humana é que um homem e uma mulher que se amam decidam unir as suas vidas e serem uma só carne. Desta decisão livre e responsável – o Pacto – brota um Vínculo que os une enquanto ambos viverem. Porque esta decisão tem repercussões não apenas na sua vida pessoal mas também na sociedade se afirma, com razão, que a família é de fundação matrimonial. E porque no matrimónio o homem e a mulher fazem dom, um ao outro, respectivamente da sua masculinidade e da sua feminilidade se diz também que o matrimónio é um com uma e para sempre porque é contra a dignidade da pessoa humana ser considerado um objecto descartável de usar e deitar fora. Com efeito, de quem aceita receber do outro a entrega confiada da sua intimidade materializada no dom da sua masculinidade ou feminilidade complementar apenas se pode esperar que retribua com amor e respeito enquanto ambos viverem.
Sociedade natural onde se nasce como pessoa porque, consequência normal da relação intima dos cônjuges é o aparecimento de uma nova vida humana.
Cada vida gerada é uma prova da confiança de Deus nos Homens, é um apelo à generosidade, à ajuda solidária porque ninguém tem o direito de afirmar: a tua vida não merece ser vivida, ou porque não és oportuno, tu não tens direito a realizares-te como pessoa e eu mato-te.
Por isso o aborto é um crime hediondo.
Sociedade natural onde se cresce como pessoa porque cada criança tem direito a desenvolver, harmoniosamente, todas as suas capacidades. E isto só é possível tendo uma família estável, onde possa receber do pai e da mãe, as influências adequadas ao desenvolvimento da sua personalidade. Realmente não foi por acaso que a sábia natureza tornou necessária a participação de um homem e de uma mulher na geração de uma nova vida humana.
Sociedade natural onde se morre como pessoa, porque cada ser humano tem direito a terminar a sua aprendizagem – o Povo diz com razão: até morrer aprender – com a dignidade que lhe é própria, na hora certa, nem antes nem depois. E a Família é, pela sua natureza, o lugar mais propício para que cada pessoa seja ajudada a beber até à última gota o cálice amargo e doce da vida terrena e a apresentar-se, devidamente preparado ao entrar na vida eterna.


1 Comentário(s):

Anonymous Anónimo escreveu...

Ao lugar onde trabalho, vai com frequência um Senhor, já de idade, muito surdo, que adora conversar e emite sempre a sua opinião como uma visão apocalíptica. Quando este Senhor vai embora, os colegas "mais palhaços" levantam os braços ao alto, esbugalham os olhos e gritam imitando: "É a pior seca dos últimos anos, é a ÚLTIMA seca a que assistiremos!", "Crise de costumes? Não, É O FIM da nossa Civilização!"

Divirto-me imenso com aquela maneira de expor o pensamento, mas ao ler este Artigo, tive uma reacção idêntica. Porquê? Porque a Família do mundo ocidental tem poucas semelhanças com a definição de Villadrich, ou, à falta de imaginação, chama-se também Família a imitações monstruosas e obscenas. E… quando os fundamentos se desmoronam, acaba por cair todo o edifício!

17 de março de 2005 às 23:15  

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