22.7.05

Lugares Comuns

Que noticiar quando não há nada a dizer? Esta é a questão que devia ser colocada a um número significativo de jornalistas que nos têm bombardeado diariamente com directos e reportagens sobre os incêndios.
Os incêndios esta semana podiam não ser reais. O jornalista coloca-se em frente a uma imagem de árvores a arder e, pegando no guião, começa a discorrer: o incêndio que lavra incontrolável no concelho de X deflagrou às Y horas e está a ser combatido por N bombeiros e por numerosos populares desesperados por verem o fogo a consumir, em segundos, os poucos bens que possuíam, etc. etc etc.
A informação sobre incêndios num telejornal deveria resumir-se a um máximo de cinco minutos: apresentava-se um mapa do país indicando os focos activos, a área ardida, as perspectivas para as horas seguintes. Situações verdadeiramente relevantes seriam, então, devidamente assinaladas, de preferência sem entrevistas em directo a velhas histéricas conduzidas por jornalistas no mesmo grau de histeria.
Será muita exigência pedir objectividade em vez de lugares comuns?

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