17.8.05

JMJ II - "A esta hora, em Portugal ainda é ontem"

Quando, em Colónia, estamos entre a meia-noite e a uma da manhã, em Portugal ainda é ontem!
Mal começou a nossa participação nas JMJ e já se revivem todas as experiências de outros anos: a universalidade da Igreja (connosco estão franceses, canadianos, norte-americanos…); a recepção generosa dos voluntários (que estão aqui a oferecer uma ceia acompanhada por um chá bem quente); a abnegação dos peregrinos (penso isto enquanto espero por um duche livre: há dois chuveiros para 300 pessoas!!!).
As JMJ são uma mistura de muitas emoções e muito cansaço! No meio de tudo isto, vamos procurando que a cabeça se mantenha lúcida: só assim podemos estar bem despertos para aprender algo nesta peregrinação!
Não se correrá o risco, tantas vezes, de que estas manifestações multitudinárias da fé se transformem num espectáculo religioso em que dominam as emoções? É sem dúvida um risco: mas um risco que vale a pena correr:
- por um lado, porque somos humanos, há que usar as emoções:
I am only a man: I need visible signs.
I tire easily, building the stairway of abstraction.
Many a time I asked, you know it well, that the statue in church
lift its hand, only once, just once, for me.

Czeslaw Milosz

- por outro lado, também porque somos humanos, há que controlar as emoções: por isso há que descansar bem... Eis a razão que me leva a abandonar agora estas considerações: duche e dormir, porque amanhã cedo começam as catequeses! Só assim aproveito as JMJ, evitando que a emoção, em vez de degenerar na alienação, se converta em verdadeira peregrinação!

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