Padrão negativo
Já lá vai um mês dos eventos do telemóvel da escola Carolina Nichaëlis. Nestas semanas, o acontecimento foi tema de numerosos comentários, telejornais, debates e conversas de café. Na minha caixa de e-mail recebi cinco vezes o vídeo de um professor a destruir um telemóvel de um aluno que estava a falar durante uma aula, numerosos forwards sobre como lidar com a indisciplina nas escolas...
De repente, o tema da indisciplina tornou-se um tema nacional e houve Direcções Regionais da Educação que emitiram circulares sobre o assunto... Os lóbis habituais falaram da necessidade de criar mais comissões e mais equipas de psicólogos para acompanhar os professores e os alunos.
Agora, que passou mais de um mês, já temos outros assuntos com que ocupar-nos.
No fim de contas o que é que sobrou? Muito pouco: talvez a ideia de filmar cenas caricatas com os professores para alegria dos colegas no youtube. E, para não variar, voltou a falar-se da educação e do sistema educativo apenas na perspectiva do que ele tem de mais crítico e abjecto.
Em Portugal há escolas estatais e privadas que são exemplos de sucesso no modo como lidam com a disciplina, como incentivam os alunos a trabalhar, como contrastam com o marasmo reinante. Quando perderemos um mês a tê-las como abertura dos telejornais?
De repente, o tema da indisciplina tornou-se um tema nacional e houve Direcções Regionais da Educação que emitiram circulares sobre o assunto... Os lóbis habituais falaram da necessidade de criar mais comissões e mais equipas de psicólogos para acompanhar os professores e os alunos.
Agora, que passou mais de um mês, já temos outros assuntos com que ocupar-nos.
No fim de contas o que é que sobrou? Muito pouco: talvez a ideia de filmar cenas caricatas com os professores para alegria dos colegas no youtube. E, para não variar, voltou a falar-se da educação e do sistema educativo apenas na perspectiva do que ele tem de mais crítico e abjecto.
Em Portugal há escolas estatais e privadas que são exemplos de sucesso no modo como lidam com a disciplina, como incentivam os alunos a trabalhar, como contrastam com o marasmo reinante. Quando perderemos um mês a tê-las como abertura dos telejornais?
2 Comentário(s):
Convenhamos que a pasta da Educação (ou, em bom rigor, da Instrução) é daquelas que quanto melhor for executada, menos impacto no momento tem.
Note-se que uma boa reforma na Educação nunca poderia ter efeitos imediatos, no ano lectivo seguinte. Como pode o Governo regozijar-se com o aumento do número de estudantes no secundário? Exclusivamente com o programa Novas Oportunidades, em que pessoas que não estudam há anos fazem três anos em apenas um.
É instruir as pessoas por decreto! Aumenta as estatísticas e dá votos!
É óbvio que impôr a disciplina é impopular, que ser verdadeiramente exigente no ensino não é cómodo, mas a verdade é que nem toda a gente tem depois dinheiro para se ir licenciar na Universidade Independente...
Nem para frequentar escolas privadas onde se compra a entrada na universidade...
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