12.1.08

Que ninguém Toque Em Caim...Nem Em Abel

A recente moratória sobre a pena de morte, aprovada pelas Nações Unidas em 18 de Dezembro último, teve origem numa campanha, subordinada ao lema “Que ninguém toque em Caim”, promovida em Itália por iniciativa de vários grupos de cidadãos entre os quais se incluíam associações laicas e católicas.

O sucesso da campanha levou o Jornal Il Foglio a propor nova campanha, agora sobre o Aborto. Originário de uma família de raízes ateias e comunistas, o autor da ideia e Director do Jornal, Giuliano Ferrara, vem defendendo, há vários anos, a necessidade de abandonar os slogans de Maio de 68 e procurar respostas para a crise da sociedade contemporânea.

«A argumentação de fundo para a nova campanha é a seguinte: quando se está a favor do respeito pela vida de Caim, mesmo quando se trata de culpados de delito de sangue, quanto mais não se deverá estar a favor da vida de Abel, da do inocente não nascido? A petição surgíu da constatação de que o aborto, contrariamente a uma das motivações que acompanharam a sua aprovação – oferecer uma solução para casos extremos –, converteu-se num “fenómeno monstruoso”: “nuna média mundial de quase cinquenta milhões por ano”. É necessário, portanto, chegar a uma situação em que o aborto seja verdadeiramente uma excepção e algo anormal.»

«Os promotores da iniciativa afirmam, além disso, que o aborto se afirmou, nos últimos decénios, pelo sexismo e pela eugenia: o sexo feminino é a primeira vítima, também no sentido estatístico, do aborto massificado: só na Ásia faltam duzentos milhões de meninas, que foram excluidas da vida pelo facto de serem consideradas inúteis; está em marcha uma progressiva eliminação de milhões de pessoas por potenciais ou prováveis deficiências” (que em três casos em quatro se revelam – demasiado tarde – como não verdadeiros).»

«A proposta caracterizou-se pelo seu tom positivo, que gira em torno da proclamação da liberdade de nascer como um dos direitos fundamentais do homem. Não se pretende colocar o aborto fora da lei, mas situá-lo fora da consciência partilhada do que são os direitos humanos. A moratória exclui, explicitamente, toda a forma de culpabilização das mulheres que se encontram ante a “escolha” da maternidade.»

Entre outros a iniciativa foi aplaudida por Mr. Elio Segreccia Presidente da Academia Pontifícia Para A Vida que afirmou no Corriere della Sera que: “não é um regresso ao passado, mas um andar para a frente: assim como se combateu a escravatura, a discriminação entre brancos e negros, ou entre ricos e pobres, deve continuar a reconhecer-se o direito à vida também no sentido vertical, para os nascituros e para os nascidos, para os culpados e para os inocentes.”

(Fonte: Diego Contreras in Aceprensa)

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