Matizes, consideração e sugestões
O Miguel N. não entendeu como é que, “depois de um post sobre as limitações à liberdade de expressão podia colocar-me do lado da Dinamarca”. Pensei que isso ficava bem claro no último parágrafo! De qualquer modo, chamo a atenção para dois aspectos e acrescento uma consideração:
1) Não falei em limitações à liberdade no sentido de invocar o direito de alguém limitar a liberdade dos outros; antes preferi falar em liberdade limitada, remetendo para a própria natureza da liberdade. Nesse sentido, creio que o problema da publicação dos cartoons se coloca mais no âmbito da consciência dos autores e editores que no âmbito do delito público.
2) Se os cartonistas dinamarqueses se excederam, muito mais se excederam os activistas muçulmanos na onda de violência que têm promovido em tantos países. E, se não posso aprovar o abuso da liberdade de expressão nos países ocidentais, não tenho dúvidas em confiar que o Estado de Direito é uma defesa bem melhor face a esse abuso do que as teocracias islâmicas.
3) A onda de protestos criada pelos cartoons nos países árabes teve, apesar de tudo, uma virtude: mostrar a verdadeira face de um dos inimigos mais perigosos da Europa do século XXI. Quem acreditou que o 11 de Setembro era um problema da América, aqui tem a resposta.
Finalmente, duas sugestões sobre este assunto:
- No Blue Lounge, Rodrigo Adão da Fonseca, escreve sobre o Choque de Civilizações. Destacaria esta frase:
"quanto maior for a resistência e a força dos inimigos da liberdade, mais inteligente terá de ser o seu exercício."
- Na Mão Invisível, o Pedro Picoito apresenta o primeiro de vários posts sobre o novo orientalismo (espera-se ansiosamente a continuação).
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