A mensagem que destrói!
"Ela vai mesmo ao encontro das mãos estendidas, das reuniões e encruzilhadas de toda a espécie em que muitos católicos, padres e religiosos, vão deixar-se doutrinar. Eles supõem estar fazendo obra apostólica mas São Paulo não foi ao Areópago para dialogar com os Gregos; foi lá para pregar a verdade cristã. Não tendo falado senão do que ele sabia melhor do que ninguém, saiu desse encontro com uma fé tão sólida como a que tinha ao ir para lá. Os Actos não dizem que converteu o Areópago, mas ele, ao menos, não foi convertido pelos Gregos."
GILSON, Etienne (s.d.) Um Diálogo Difícil. Lisboa, Editorial Aster, pp. 34-35.
Nestes tempos em que nos bombardeiam com "descobertas arqueológicas", vale a pena pensar, sobretudo, na última frase.
GILSON, Etienne (s.d.) Um Diálogo Difícil. Lisboa, Editorial Aster, pp. 34-35.
Nestes tempos em que nos bombardeiam com "descobertas arqueológicas", vale a pena pensar, sobretudo, na última frase.
9 Comentário(s):
“Bem aventurados os pobres de espírito, pois deles será o reino dos céus.”
Terá sido este, o meu comentário a um conceito sobre a “verdade” (verdadeira), no mínimo abominável. Pior do que a ignorância, será teimar em privilegiar essa mesma ignorância que persiste cegamente em olhar a fé, fechando os olhos á razão.
A negação adoptada perante novos factos, faz lembrar claramente, a mesma forma de negação adoptada pela igreja sobre a posição da terra no universo e respectiva forma.
Galileu Galilei e Giordano Bruno terão vivido – na intimidade –, essa “verdade” (verdadeira) … prova da imbecilidade humana.
Ao professar esse tipo de idolatria – a “verdade” suportada por dogmas (inquestionáveis e convenientes) –, de forma tão explícita, elimina qualquer dúvida – se é que existissem –, de que a irracionalidade religiosa tem muitas vezes colocado obstáculos para o melhoramento da humanidade e que acreditar “… que por vezes é desígnio de Deus sacrificar os inocentes para testar os fieis…”, é uma barbaridade do tamanho do mundo.
Nietzsche ao afirmar que: “…o homem crente é necessariamente um homem dependente… ele não pertence a si mesmo, mas ao autor da ideia em que ele acredita…”, também alerta para a (de) formação deste tipo de mentes néscias e violentas que – com uma visceral dependência de protagonismo –, deixam-nos apreensivos quanto ao retorno aos tempos da “pia funerária flamejante”, ou ao uso por decreto do “Malleus maleficarum” – a segunda Bíblia da igreja, para uns, o código penal da inquisição, para outros –.
Ao reler todo o “esgrimir” de argumentos por nós “postado”, é possível constatar que nenhuma das minhas “questões” terá sido refutada… nem sequer terá sido alvo de qualquer contra-argumentação… mesmo sem serem suportadas por dogmas.
Exigir a divulgação das minhas fontes faz lembrar “Savonarola” que – acreditava que a verdade limitava-se a servir a fé, porque quando se desviava dessa finalidade o orgulho levava o homem a cair em tentação –, citava Aquino por ser cristão, e insurgia-se quando citavam Aristóteles por ser pagão, mesmo sabendo que o primeiro ter-se-á iniciado com as teorias do segundo.
Ao contrário de si – que considera a verdade verdadeira apenas a editada pela sua religião –, as minhas fontes serão publicações das mais variadas procedências – hoje, qualquer livraria os possui –, mas poderei garantir-lhe que evito, sempre que possível as… tendenciosas. Porque acredito que o conhecimento liberta e onde há dúvida há liberdade…
Termino desta vez pondo-lhe duas questões…
1) Rege-se pela coerência ou pela dualidade de critérios?
Pelo facto de ter citado um parágrafo dum texto “gnóstico”, que considerei indicado para o desenvolvimento do meu pensamento… rotulou-me – de modo depreciativo –, como “gnóstico”…
Quando Bento XVI citou Manuel II Paleólogo, – sobre Maomé –, tê-lo-á rotulado também de fundamentalista?
2) Acredita mesmo ou será apenas reflexo da sombra de um supervisor implacável?
Será nesta citação do “evangelho” que deposita esperanças?
“Vou destruir a sabedoria dos sábios e reduzir a nada a compreensão de todos os que compreendem. Não vês como Deus mostrou a vacuidade da sabedoria humana?”
Demo
Cara pessoa que está por detrás do pseudónimo "Demo",
deixo-lhe só uma pequena citação das "Confissões" de Santo Agostinho, para que nela reflicta : " A Fé provém da humildade e a humildade não se aprende em livros de filósofos."
Com a mesma humildade,
Um simples Anónimo
Caro anónimo
A “humildade” é o oposto do “orgulho” – pecado capital –, que Sto. Agostinho considerava como o primeiro pecado, geralmente associado ao segundo, a inveja.
Eu defino o “orgulho” como “o complemento da ignorância”, “o caminho do erro”.
Sto. Boaventura ao descrever o encandeamento atribui ao “orgulho” a razão da queda de “Lúcifer”, transformando aquele que era “Luz” em “Príncipe das Trevas”.
Questionar não é ofender e desmistificar não será propriamente, atribuir responsabilidades. A fé não pode entregar-se á cegueira, abandonando a razão. Os livros “sagrados” não podem ser lidos literalmente – porque não são ditados de “Deus” –, quanto muito serão a palavra de “Deus” por palavras humanas.
Sinceramente
Demo
Cara Pessoa,
nunca estamos mais próximos da "razão" quando nos aproximamos de Deus, porque Ele é a Razão por excelência de toda a nossa existência !!
O orgulho, que é a mentira existencial em que o homem se equipara a Deus, foi superado pela humildade do própio Deus, que se fez servo baixando-se até nós num gesto inigualável de Amor pela humanidade.
O própio Deus inclinou-se no gesto de amor humilde, na lavagem dos pés, onde Ele está de joelhos aos nossos pés - é aí que O encontramos.
Deu a Vida por nós, salvando-nos !
É o nosso exemplo quando procuramos na pseudo-razão humana argumentos falíveis para cobrir a nossa mesquinhez.
Deixo-lhe uma humilde sugestão : leia menos por muito que isso seja aprazível aos sentidos humanos e experimente começar a rezar.
Já agora poderá tentar rever os seus conceitos de "razão" começando por rever o seu própio pseudónimo de "Demo".
Presumo que seja uma pessoa inteligente e com alguma humildade para saber que o própio "Demo", materializa a mais completa falta de razão de toda a história da Humanidade.
Deixo-o com a louvável argumentação de Cipriano, porque eu sou só uma pobre alma ignorante.
Humildemente,
Anónimo
Demo,
começarei por uma pequena história que foi, para mim, a maior lição de História que até aos dias de hoje recebi. Passou-se na faculdade com um professor declaradamente de esquerda e não católico. Não vou aqui revelar o seu nome nem nada que o identifique já que, tendo sido transmitido em aula e não estando escrito, não acho que fosse justo para o digníssimo professor em causa. Já lá vão uns bons anos e falava-se sobre a potencial imparcialidade do historiador. O professor, homem dado à história da ciência e das mentalidades no período moderno, começou, mais ou menos assim, a sua aula:
Não há nada na história que mais me repugne do que a Inquisição. Contudo, analisada historicamente, a Inquisição é um fenómeno perfeitamente enquadrável no momento em que aparece. Falamos de pessoas para quem a fronteira entre real e imaginário era muito ténue, homens e mulheres que acreditavam em monstros marinhos, homens e mulheres que acreditavam que queimando as roupas de um condenado foragido estavam a queimar esse mesmo foragido.
Depois desta afirmação, o mesmo professor concluiu:
Apesar disto, já fui muitíssimo criticado num congresso por ter esta posição. Mas vista à luz da história, por muito que me repugne, a Inquisição é mais do que compreensível.
Esta foi a maior lição de História que eu tive na faculdade.
Eu nunca tive qualquer interesse em estudar a Inquisição. Há pessoas assim... da mesma forma que nunca me interessaram especialmente temas como as Campanhas de África do Mouzinho ou o Mapa Cor-de-Rosa.
Fala-me de Galileu e eu responder-lhe-ia com Thomas More. Fala-me de Bruno e eu responder-lhe-ia com milhares de outros. Só espero que o Demo não seja dos que ainda pensa no Galileu morto na fogueira! Contudo, o que não me responde nem, até ao momento ninguém me respondeu é simplesmente o seguinte: Galileu era católico, teve um processo inquisitorial complexo (que levaria horas a discutir) e pelo qual foi obrigado a cumprir uma pena. A minha pergunta é: apesar desse processo, apesar da pena, deixou Galileu de ser, no seu profundo ser, Católico?
Eu estou convicto de que não (apesar de não ser um especialista em Galileu) e estou convicto de que, se quando morrer Deus me der a graça de ir para o Céu, lá encontrarei o Galileu. E não o digo porque ache que a Inquisição estivesse certa ou errada. Digo-o porque imagino que, apesar desse processo, Galileu não terá deixado de acreditar na Igreja como caminho de salvação.
E há uma outra coisa que não sei. Não sei se Galileu alguma vez, antes de ser alvo das admoestações e processos da Inquisição, terá sido contra o Santo Ofício na sua razão de ser e se, depois do processo, terá sido contra a Inquisição e, se o foi, tomou essa posição por convicção do mal inerente à essência do Santo Ofício ou se foi apenas por uma atitude reacção à sua situação concreta. (Como bem sabe quem já foi multado por excesso de velocidade, não é tanto a questão da lei pela qual somos multados que nos dói e por isso não colocamos em causa, por norma, todo o sistema jurídico português, mas sim o facto de termos sido Nós multados por um agente da brigada de trânsito que até, “malandreco”, vinha num carro descaracterizado. Nestes casos, tentamos sempre proteger a nossa imagem, inventamos desculpas e achamos que os agentes da BT são todos má rês mas, na prática, temos de concordar que o excesso de velocidade é um perigo e deve estar legislado).
Chegados a este ponto, Demo, há outra questão que é necessário ter em conta. A sua posição arrogante do homem cheio de dúvidas fica-lhe muito bem, mas em nada ajuda à nossa conversa. E a principal razão é que o Demo gosta da dúvida, de viver na dúvida e de suscitar a dúvida nos outros. Mas para mim, o essencial é que
em toda essa sua metodologia da dúvida, não chega a colocar em dúvida a sua própria dúvida.
E está tão obcecado na dúvida que não se dá pela conta de que é um fundamentalista da dúvida.
Só que, como bem sabe, a dúvida só é interessante quando ela nos leva a procurar respostas. Aí, a dúvida torna-se positiva. No seu caso ela é negativa porque o fim que procura incutir-lhe é, somente, destruir.
Eu coloquei-lhe algumas questões concretas. Acha que não as deveria colocar? Afinal, nós aqui (neste blog) somos católicos, apresentamo-nos claramente como tal e aparece um sujeito que, por ter a mania de que é bom se apresenta como Demo, qual jovem rebelde mais à procura de razões para fugir daquilo que realmente sente do que fé naquilo que tenta demonstrar sentir, e não devo colocar-lhe algumas perguntas? Entrou na nossa casa. Não seria melhor apresentar-se? Mas apresentar-se como realmente eu lhe pedi, não brincando às citações retiradas de um qualquer Almanaque ou às suas dúvidas que, em vez de fomentar um diálogo correcto, ao qual eu nunca me fechei, apenas servem para se ouvir a si próprio?
A sua dúvida é uma forma de autismo. Típico, aliás num conjunto de pessoas que colocam perguntas atrás de perguntas, dando exemplos (sempre os mesmos) atrás de exemplos e nunca dando hipótese à resposta (aqui não me posso queixar porque eu escrevo o que bem me apetece) mas, sobretudo, não ligando à resposta que lhe foi dada (e aqui sim, porque nunca respondeu a nada que eu, representando os donos da casa, lhe perguntei inicialmente).
Se é tão esperto como procura demonstrar, deveria saber porque razão coloquei esta citação e deveria saber que, se a coloquei, foi por uma tentativa de analogia entre o diálogo proposto a Gilson e aquele que me propõe. Não sou eu o pobre de espírito, mas aquele que não se dá pela conta de que, em determinadas circunstâncias, a divergência de opiniões é tão profunda no seu cerne que não há lugar para a discussão. Se eu lhe disser que só o ser existe e o Demo me disser que para além do ser existe também o não ser, a nossa conversa não tem mais por onde prosseguir. Mas... “porquê o ser e não o nada”?
E porque falei em citações, gostava de saber onde foi buscar a ideia de que a edição dos textos de Nag Hammadi dirigida por James Robinson é uma edição católica... tenho que rever isso mas nunca tal referência me tinha sido feita. Ao contrário de si, eu fiz uma referência concreta a uma edição com qualidade científica. O Demo nunca se preocupou em dizer quais os autores e versão das fontes que cita.
Para mim, Demo (chame-lhe deformação profissional), ler um livro antigo exige precauções extremas a vários níveis. Não se trata já só de uma questão de mera tradução mas, no caso dos textos antigos, precauções nas técnicas de transcrição e transliteração. Dei-lhe o exemplo de Avieno apenas para que compreendesse que esta minha preocupação ultrapassa a Bíblia Sagrada. Não estará, porventura, pelo menos a par da existência de milhares de artigos científicos que se preocupam com um só vocábulo que aparece em determinado texto antigo? Não compreenderá a importância, para os estudiosos deste tipo de literatura, do estudo do significado dos vocábulos para que a sua tradução seja a mais correcta? Por isso é que, para mim, nem todos os livros são válidos. Se eu quiser falar da Odisseia de Homero, não poderei basear-me na versão contada às crianças por João de Barros mas poderei usar já, devido aos critérios com que foi feita (e não conheço críticas pelo que deixo aqui em aberto este tema), entre outras, a de Frederico Lourenço.
Agora, respondo às suas duas perguntas:
1 – Não sei porque acha que eu o rotulei “de modo depreciativo” como gnóstico. Acho que não o faria. A muitos amigos e conhecidos meus que, por vários motivos, criticam a Igreja eu costumo dizer-lhes: mas que estás aqui a fazer? Tens onde ir procurar algo mais ao teu gosto: luteranos, evangélicos, anglicanos... Porque te manténs a criticar a Igreja quando outros já a criticaram e criaram coisas diferentes? Sabe quantos destes meus amigos deixaram a Igreja Católica para ir para uma igreja protestante? Nenhum. Pois como haviam de o fazer se o seu interesse não é aproximar-se de Deus mas sim o de criticar somente pelo gosto de criticar? Mas a si digo-lhe, se quer ser gnóstico ou outra coisa qualquer, seja-o. A mim em nada me afecta isso. Mas seja-o convictamente! Isso para mim é que é importante.
Agora, desculpe-me... desde quando é que o Paleólogo era um fundamentalista? Tenho que rever algum autor que trate desse grande homem, mas nunca tinha ouvido dizer que ele fosse um fundamentalista... Essa para mim foi nova e, por isso mesmo, não poderei acusar Bento XVI de fundamentalismo e desta forma responder ao seu desafio. Vou ler o velhinho Chapman e depois já conversamos melhor...
2 – O seu grau de superioridade parece extraordinário, Demo. Acredito mesmo? A fé que tenho é um dom de Deus. Outros acreditarão muito mais do que eu, outros acreditarão de forma muito diferente da minha. Deus deu-me o dom da fé e, como dádiva misericordiosa que é, devo guardá-la e protegê-la como tesouro amado.
O único supervisor que tenho é o facto de saber que o meu fim último, enquanto criatura, é atingir a perfeição para chegar ao Criador. E, nesse sentido, aceitar o caminho que o seu Único Filho, Jesus, nos deixou traçado, é, parece-me a única rota a seguir. E como esse mesmo caminho se cruza com o da Santa Igreja, não a poderia nunca abandonar.
Mas há uma coisa engraçada. Ouvi na rádio, em 2000, quando o Papa João Paulo II se encontrava em Fátima, umas palavras do Prof. Moisés Espírito Santo, numa emissora de rádio nacional, dizendo que Fátima era um fenómeno de povo inculto. Eu telefonei para essa estação de rádio e pedi, se não me deixassem falar com o Prof. Moisés Espírito Santo, que lhe transmitissem um recado meu: “em meu nome e de todos os meus amigos com quem ali me tinha encontrado naquele dia - licenciados, mestres e doutores por universidades portuguesas e estrangeiras - todos unidos na mesma fé, agradecia essas palavras porque nos incentivavam à humildade”.
Terminarei agora. Eu não terei respondido aos seus argumentos mas o Demo também nunca respondeu honestamente a nenhuma das minhas questões... pena. Unicamente se tem preocupado em insultar-nos, o que, sinceramente, em nada me afecta. Acha que vou dar resposta a argumentos de “história da carochinha cátara” e das buscas do Graal? A busca do Graal de que eu mais gosto é, sem dúvida, a dos Monty Python. Mas não é por ver aquele filme que, como o Demo sugere na sua apologia da dúvida, vou acreditar que os cavaleiros medievais andavam pelos caminhos a bater cocos.
Demo, o nosso diálogo, tal como o de Gilson, é impossível. Mas mais por sua causa do que por minha. Pelo seu fundamentalismo... da dúvida!
Termino com uma palavra para o Anónimo.
Não é mais nem menos ignorante do que qualquer um de nós. Conhece Deus! Já conhece a única coisa que realmente importa conhecer. Como dizia S. Paulo, “ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos (...) e conheça todos os mistérios e toda a ciência (...), se não tiver caridade, nada sou.”(1 Cor 13, 1-2).
Deus caritas est – Deus é Amor. Quem vive a virtude da caridade, conhece Deus... Se o não fizer, será apenas “bronze que ressoa e címbalo que tange” (1 Cor 13, 1).
JMJ!
Cipriano
Caro Anónimo
Acredito que Cipriano perdoar-me-á esta indelicadeza, responder-lhe em casa alheia…
Sinto-me decepcionado, (comigo próprio) … por ter humildemente ignorado – se bem que por instantes –, que a intolerância e o ódio á diferença andam de mãos dadas e que os crentes acreditam em “verdades absolutas”, mesmo que exclusivamente sustentadas por dogmas.
Partindo do princípio que confessa o “credo” de Niceia, de que tem medo? Quando bate com a mão no peito, fá-lo convicto da “razão” absoluta? Sendo o seu “Deus”, todo poderoso… “criador de todas as coisas”… o que o faz temer?
Um “Deus” todo justiça, perfeição e bondade, seria certamente incapaz (?) de conceber algo de mau … então o que teme no meu “nickname”? Ou será apenas, folclore teológico? Ou mera insinuação?
[... até mesmo o Livro de Henoch será bastante vago quanto á consistência palpável daquilo que sustém a vossa crença… só poderão apregoar o “bem” perante a existência do “mal” - caso contrário não teriam razão de ser -, …por isso inventou-se “Lúcifer”.]
(Apesar de pensado e ponderado, o meu “nickname”, não terá nada a ver com o que é insinuado, apenas por leviandade ou conveniência, poderá ser associado.)
Quanto á definição de “razão”, essa será a sua definição – que civicamente respeito –, mas da qual discordo… a humildade na lavagem dos pés contrasta com a morte dos primogénitos – inocentes –, contrasta, com o sangue derramado em seu nome – se não ordenou, permitiu-o… contrasta, com os genocídios cometidos na “evangelização dos povos, se não desejou (?), consentiu-o… Esse, será o seu “Deus”, o da “contradição”, da revolta, da dor e da morte…
Lamento desapontá-lo, mas jamais deixarei de ler, porque acredito que o conhecimento liberta… e ajudando-nos a ver mais além, livra-nos do marasmo.
Humildemente decepcionado
Caro Cipriano
Considerando o conteúdo do seu texto como pura retórica – falou, falou, mas não disse nada –, destacarei apenas três pontos que considerarei essenciais, e que terão relacionado a sua “crendice” àquilo que Thomas More tão bem definiu no seu livro, “Utopia”. Além de absurdos e ultrapassados, os seus argumentos serão difíceis de aceitar para quem não seja condicionado á partida. A velha táctica de direccionar a conversa para outro contexto, evitando argumentar ou justificar, só revela a ausência e a debilidade de argumentos, o desespero duma crença fustigada por factos inconvenientes.
Caro Cipriano, informar é dever de quem não teme confundir a arma do cobarde e ocultar a arma do poder. Hoje, o conhecimento da história está ao alcance de muitos e a mentira sobre factos é mais fácil de rebater do que o embuste sobre “Deus”.
1] Ao sugerir indelicadeza por invasão de propriedade alheia, a razão será discutível – não afirmo que não a tenha –, devido ao desconhecimento – de que apenas os “crentes” em verdades dogmáticas teriam acesso aos comentários –, pela ausência de orientações nesse sentido. Civicamente confesso, que a minha intenção terá sido apenas a de questionar… a convicção absoluta dos factos, reconfirmando que a negação da evidência é uma constante na história da religião.
Terei invadido o “seu domínio”, mas sempre de modo racional, cívico e educado, pelo que afirmar que terei recorrido ao insulto não corresponderá á verdade. A menos que defina uma opinião diferente da sua…como um insulto.
2] Quanto á sua aula de história… terei ficado elucidado com tanta evidência.
A “Inquisição” terá sido compreensível … em nome de um “Deus”, claro está!
Assassínios, genocídio, mortes, perseguições, horror, destruição… um mal necessário, em nome de um “Deus”!!! [… em nome de qualquer um ou só do seu?...]
[…provavelmente, (a perseguição e tentativa de extermínio dos “gnósticos”… as barbaridades das “cruzadas”… o reinado de terror de “Savonarola” – o mentor da fogueira das vaidades -, … a falsificação de documentos por parte do Vaticano naquilo que é conhecido como “ A doação de Constantino”… a fraude - cientificamente comprovada -, que é o “sudário de Turim”… a barbaridade que foi a “evangelização” imposta aos povos… entre outros) … terão sido compreensíveis, porque “foram-no” em nome de um Deus… “todo ele”, justiça, bondade e perfeição.]
Afinal que “Deus” é esse que tolera a violência – mesmo que em seu nome –, e delicia-se sobrevivendo atolado em mentira, dor e morte? Será o tal “Deus” perfeito, justo e bondoso? Que religião é essa, próspera em espectáculos de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a cultura? A violência não é a negação da inteligência?
Concordar, não é aceitar, acreditar… ser conivente?
Perante tudo isto, permita-me citar Bakunin, que terá sido perspicaz em identificar a religião como uma das mais importantes raízes da opressão … “Se um deus como o bíblico existisse, o melhor que faria pelos homens que tanto ama, seria deixar de existir.”
3]”…Se não tivermos a certeza absoluta de algo, então tenhamos a coragem suficiente para duvidar desse algo…”. Citando Kant posso garantir que tenho saciado as minhas dúvidas… através do conhecimento. Terá sido assim que percebi a razão, da religião pretender destruir a ciência e o conhecimento… foi assim que percebi o significado religioso de “livre arbítrio”… Mas continuarei a saciar-me.
Ao invés daquilo que alega, foi desprovido de arrogância que questionei e argumentei sobre “história” – factos reais, que tiveram lugar e estão registados em compêndios –, os quais nunca refutou. Argumentos muitas vezes manipulados com a pretensão de deturparem, senão mesmo ocultarem a verdade, literalmente.
Perante isto – e se lhe serve de consolo –, partindo da premissa de que o analfabetismo favorece a fé, acredito que a noção que se tem de Deus está de tal maneira corrompida pelas conveniências da religião organizada, está de tal maneira adulterada, que a sua existência parece rodeada de suspeita. Porque quando se conta uma mentira, tem de se contar uma outra, e mais outra, e outra, até se camuflar a verdade de tal maneira que a rede de mentiras acaba por destruir a própria fé
Humildemente elucidado
Sinto agora o dever de intervir na polémica aqui iniciada a propósito deste post da minha autoria, e que tem entretido o Demo, o Cipriano e um (ou vários) anónimo(s).
Devo relembrar ao Cipriano que, mesmo estando de acordo com muito do que escreve, padece de um defeito que já várias vezes lhe apontei: apesar da insistência em pedir referências (que, diga-se de passagem, nunca foram dadas) penso que descentrou muito a sua argumentação, ripostando em direcções tão variadas que torna difícil o diálogo: não tanto pelo autismo de que foi acusado, mas por nos obrigar a ler três vezes o texto e, mesmo assim, não saber por onde começar a responder.
Devo dizer ao Demo que considero injustas muitas das suas afirmações. Como esta, por exemplo:
«Aqueles que se limitam a acreditar na pregação que ouvem, sem se colocarem questões, e aceitam o culto que lhes é apresentado, não apenas se mantêm eles próprios ignorantes mas, “caso encontrem alguém que sinta dúvidas sobre a sua salvação”, agem imediatamente de forma a censurá-lo e silenciá-lo.»
Considero-a injusta porque me parece ter subjacentes duas ideias: a) a religião é sinónima de ignorância e b) a religião é sinónima de intolerância. Estas duas ideias foram confirmadas em diversos comentários que antecederam e sucederam ao citado e são, em meu entender, redutoras do fenómeno religioso.
Penso que a primeira ideia é evidentemente falsa, porque baseada numa identificação simplista entre a Fé e a crendice, retirando à Fé o carácter razoável que a distingue da superstição e da feitiçaria. Obviamente que, ao longo da história, há frequentes momentos de confusão entre ambas, mas não deixa de ser significativo que quanto maior é a elaboração teológica de uma religião (a sua razoabilidade) maior é a sua demarcação da superstição (demarcação que degenerou, tantas vezes, em violência).
Em relação à segunda ideia, não há dúvida de que a intolerância surgiu em numerosas situações históricas associada ao fenómeno religioso… No entanto, o século XX mostrou bem como ela pode estar associada aos fenómenos do ateísmo. Acrescentaria ainda que, ao destacar apenas os aspectos violentos ligados à religião, o Demo esquece, convenientemente, todo o impacto positivo que ela teve nas culturas dos povos.
No fim de contas, só colocaria a seguinte questão: se os católicos são ignorantes que não olham a meios para silenciar os dissidentes, como justifica que nenhum dos administradores tenha apagado os seus textos da caixa de comentários?
He's got the world in His hands...
Já diz o anúncio da EDP.
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