Anticlericalismo latente... e irresponsável!
Em Espanha, a Secretária de Estado dos Assuntos Sociais apelou aos seus compatriotas para não darem a parte do imposto que pode ser destinada às instituições de solidariedade à Igreja Católica. Ter-se-á dado conta de que está, levianamente, a pôr em risco o quotidiano dos milhares de pessoas que dependem das instituições socio-caritativas da Igreja?
Neste mesmo sentido, não deixa de ser preocupante que alguns celebrem o descalabro financeiro de algumas dioceses norte-americanas devido às indemnizações a pagar às vítimas de abusos sexuais por membros do clero. Há um certo sabor a vingança anticlerical nos discursos sobre a situação que revela um desconhecimento notável sobre a acção social da Igreja Católica (desconhecimento que, infelizmente, vai sendo habitual) .
Os indemnizações são justas... não é isso que está em causa: se houve abusos provados há lugar a uma reparação.
No entanto: a celebração em torno dessas reparações (que já levaram à bancarrota de duas dioceses e obrigaram ao encerramento de centenas de centros paroquiais por todo o território dos EUA) esquece que, para as pagar, foi necessário encerrar creches, dispensários médicos, centros de dia para idosos, escolas paroquiais e diocesanas, instituições de beneficência infantil, fundações para a promoção das artes e um longo etc. Talvez seja por implicar uma menor presença dos católicos na sociedade que os anticlericais celebram, mesmo sem dar conta do preço abusivo que se pagou. Celebrar tal descalabro corresponde a celebrar o encerramento de uma escola porque um professor abusou sexualmente de um aluno; ou encerrar um hospital devido aos abusos de médicos e enfermeiros (é verdade: é maior a percentagem de professores, médicos e enfermeiros que abusam das crianças que lhe são próximas que a de padres e ministros de outros confissões religiosas).
O anticlericalismo latente nestas posições é, afinal, tremendamente irresponsável!
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