"Não somos só garanhões!"
Lisboa; tarde de Domingo meio enevoada; uma esplanada plantada à beira de um pequeno lago; o Tejo ao fundo. Na esplanada lêem-se, em silêncio, as obras acabadas de comprar na feira do livro. Um estudante prepara um exame. Alguns grupos conversam animadamente. Com um amigo ponho a conversa em dia…
O estudante vai-se embora e, na mesa que deixou livre, sentam-se três garanhões! Alto, claro e bom som contam aventuras que só por eufemismo poderei chamar amorosas; dito com maior rudeza, narram os mais ínfimos (também seria eufemismo chamar-lhes íntimos) pormenores dos seus engates do fim-de-semana prolongado!
Uma pata e três patinhos atravessam a passadeira de madeira da esplanada em direcção ao lago. Os esplanantes vão abandonando as suas leituras e conversas, ficando com a atenção presa à imagem bucólica dos três patos a brincar na água, sob o olhar da pata. O silêncio toma conta da esplanada até que, alto, claro e bom som, se ouve:
- Afinal não somos só garanhões!
A simplicidade do episódio tinha despertado os três don Juanes da mesquinhez sensual… E começaram a falar sobre a beleza da cidade!
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