Como evitar um aborto?
Este post saído do draft suscitou comentários que me parecem dignos de nota. Tacci, do Portugal, Caramba!, comentou que a ideia de que a lei protege as mulheres do arbítrio dos que as obrigam ao aborto seria própria de um país ideal, no qual
De facto, eu não sei ao certo como evitar abortos em todas as situações, mas posso dar algumas pistas para muitas delas. Foi o que sugeriu Tomás, num outro comentário:
O erro de Tomás está na frase colocada entre parêntesis: infelizmente, poucas instituições que apoiam grávidas em risco são bem conhecidas. Tirando a Ajuda de Mãe e a Ajuda de Berço, é muito difícil para essas instituições a visibilidade que os media vão dando às plataformas pró-aborto que proliferam em vésperas de referendo.
Por isso, aqui fica a ligação para a lista de algumas dessas associações, disponível na página da Federação Portuguesa pela Vida.
7 Comentário(s):
Pois, mas nem o Tomás nem a Federação têm o exclusivo de ser «adeptos da vida». Eu também sou. E já por um par de vezes andei com o ego muito inchado a pensar que era muito virtuoso. Infelizmente é demasiado pouco: já repararam? Dúzia e meia, duas dúzias de Instituições em todo país? Quantas para a Grande Lisboa? Com quantas escolas com adolescentes na idade perigosa conseguem manter um contacto regular e útil? E as imigrantes? Não creio que consigam atingir as
adolescentes - para não falar já das mães - a menos que a despenalização da IGV permita criar elos entre essas instituições e os gabinetes de Psicologia escolar, onde os houver, com as directoras de turma, por aí fora.
Um projecto do género dos que aponta o Tomás, e possível se se combater a vergonha e o medo. Se a mulher sentir que tem opção, que existe uma alternativa. Porque, estou convencido, a maior parte dos abortos de vão de escada têm na sua origem o terror de ser descoberta, o pânico do futuro.
Mas posso estar errado, claro.
Sem qualquer reserva, um abraço para o Tomás e para o Lourenço.
"a menos que a despenalização da IGV permita criar elos entre essas instituições e os gabinetes de Psicologia escolar, onde os houver, com as directoras de turma, por aí fora."
Mas, Tacci, recorda-se que a primeira crítica que teceu se fundamentava da ideia de que não estamos no país ideal? Então vem agora trocar o país ideal pela utopia? Vem trocar a burocracia dos tribunais e da segurança social pela burocracia das escolas e dos centros de saúde.
E para acabar com a vergonha e com o medo, há que difundir os testemunhos de tantas mulheres que, estando em circunstâncias dramáticas, resistiram ao aborto. Algumas têm circulado, recentemente, pelas caixas de e-mail... Talvez ainda poste alguma aqui nas Catacumbas.
Sem qualquer reserva, retribuo o abraço
Estimados senhores
A problemática do aborto tem-me levado a navegar na blogosfera para, de forma séria e liberta de preconceitos poder obter mais conhecimentos. São muitos os que tenho obtido, incluindo este espaço onde vim parar! Obrigado
pela dinâmica dos esclarecimentos.
Deixai-me recomendar uma visita a um outro que me tem dado também informação preciosa: http://adavviseu.blogs.sapo.pt
Graças a documentos sérios mudei já muito do que pensava certo!
Bem-hajam.
Ana Silva
Tacci,
de maneira nenhuma me posso arrogar qualquer exclusividade no que diz respeito à defesa da vida. Se dei essa impressão, as minhas desculpas.
O que eu vejo nessas instituições é uma vontade de trabalho enorme e feito quase sempre às custas de voluntariado. Vejo pessoas para quem salvar uma vida ou ajudar uma mãe, ainda que seja uma só, são motivo de uma alegria profunda. Tive contacto directo com uma pessoa ligada à direccção da ADAV de Coimbra. Acredite que muitas das histórias que me contava, sempre sem referir a identidade de ninguém, eram extremamente comoventes.
Ora, o que a mim me custa é a posição dos grupos que se arrogam proteger a liberdade e a saúde das mulheres. Como sabe, usam mulheres que praticaram abortos nas suas campanhas. O que talvez não saiba é que, depois dessas campanhas, algumas dessas mulheres recorrem às associações protectoras da vida para obter apoio psicológico. Isto porque aqueles minutos de campanha pró-aborto as fizeram reviver e acentuar os traumas que, muitas vezes, se encontravam ainda só no sub-consciente.
Quando fala dos psicólogos escolares esquece, talvez, que o principal parceiro do ministério da educação neste tipo de assuntos é a Associação para o Planeamento da Família. Ora, a posição da APF ultrapassa inclusivamente a da proposta do referendo, já que acentua a necessidade da "discriminalização" do aborto (no seu site referem IVG) até às 12 semanas.
Nesse sentido, sendo a APF um parceiro do ministério da educação, acredita mesmo que, após uma despenalização do Aborto, se dê valor a pequenas instituições de "caridade" como as associações de defesa da vida?
Acredita que, se até agora, o estado pouco ajuda aquelas instituições, será depois de uma despenalização que lhes irá dar mais visibilidade?
Para mim a resposta evidente é não.
Mas, para mim, Não é a única resposta possível no referendo. Porque, com a vida, Não se brinca.
E antes de me despedir,
estimada Ana Silva,
creio que o Lourenço ou qualquer um de nós estará disponível para trocar algumas impressões sobre o assunto.
A casa não é minha mas, desculpe lá Lourenço, ofereço-a!
Também tenho procurado informações e vejo que muito do que nos é transmitido é desinformação.
A todos um abraço (que nunca me passaria pela cabeça ter qualquer tipo de reservas)
Gostei deste post e tomei a liberdade de o colocar em "O melhor dos blogues".
Para que o conteúdo corresponda ao nome.
Congratulo-me com o que escreves.
Um abraço.
Caros Lourenço, em primeiro lugar, porque nos atura, Ana e Tomás:
Não tenho a mínima pretensão de ter a verdade no bolso, claro, e já vivi o suficiente para saber que os mais bonitos projectos dão asneira mais vezes do que nós esperamos.
Porém, conhecendo razoavelmente as escolas, sei que na maioria delas, senão em todas, há gente de grande sensibilidade, pronta a dar todo o apoio à miudagem, mesmo nos casos mais inimagináveis. E se as instituições pró-vida tiveram a coragem de se organizar praticamente sem ajudas, porque não a teriam para procurar formar grupos de ajuda nas escolas?
Parece-me que, nesta questão, só divergimos de estratégia. Eu estou convencido de que o aborto se combate muito melhor aceitando que a mulher o pode escolher, mesmo que nós não o fizessemos. Se não houver condenação social, se a adolescente em crise nos puder procurar e expor-se sem outros medos que não os do pudor, creio que é possível fazer alguma coisa por ela, descobrir alternativas, e aí sim, ser verdadeiramente inventivo. Ideias é o que menos falta: por exemplo, os clubes de co-adopção.
Mas, para isso, é preciso que os problemas sejam encarados abertamente, o que, estou convencido, só a legalidade permite.
Como repararam, estou a referir-me só ao aborto adolescente, que é aquele que, embora de forma limitada, melhor conheço.
Mas, estou errado? Sim, se calhar estou. Mesmo assim, desculpem: parece-me uma forma mais humana de estar errado do que muitas outras de estar certo. E se me disserem que isto não passa de vaidade tola, bom, talvez tenham razão.
Confesso-vos que não sei.
Um abraço para todos.
EU ACHO QUE AS MENINAS DE HOJE NÃO SE CUIDAM MAIS COMO ANTIGAMENTE E POR ISSO QUE ELAS ENGRAVIDAM
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