14.5.05

Incomodam os Crucifixos II

A Esquerda a que temos direito continua a erguer as velhas bandeiras esfarrapadas e bolorentas que sistematicamente vai buscar ao baú da transição do séc. XIX-XX, sem entender que o mundo em que vivemos – pelo avanço das várias ciências, pela adaptação inteligente do capitalismo às novas situações, pelo natural modificação da vida das sociedades humanas…– se alterou profundamente.
Os combates do século XXI são, necessariamente e por força das circunstâncias, outros:
O do respeito pelo direito à vida e dignidade de cada pessoa humana, desde a concepção até à morte e dos outros direitos humanos;
O da rebeldia educativa, que permita redescobrir e tornar vida os valores próprios da natureza humana fomentando uma educação da cidadania para a solidariedade com vista ao bem comum;
O da família e da complementaridade homem-mulher, que torne possível na sociedade e no tra-balho mais mulheres-mães e no lar mais homens-pais;
O do ambiente, que torne possível um domínio sábio do homem sobre a natureza;
O do desarmamento, que passa pela redução da venda de armas aos países pobres, o termo dos conflitos e a consolidação da paz;
O do respeito pelo Direito e Convenções Internacionais…
Vem isto a propósito da tentativa de eliminação dos símbolos religiosos nas escolas públicas do nosso País recentemente trazida ao conhecimento dos cidadãos. Alguém, com muita criatividade, deve ter pensado que chegou o momento oportuno de imitar Giscard…
De símbolo religioso em símbolo religioso pode acontecer que algum cérebro mais afervorado venha propor a destruição do Mosteiro da Batalha. É certo que além de símbolo da religiosidade dos Portugueses ele é, também, um monumento representativo de um dos mais brilhantes períodos da História de Portugal. Por ele passaram chefes de estado e seus cônjuges, nobres e eclesiásticos, povo, muito povo… No decurso dos séculos muitos aí foram buscar Deus, cultura, saber profissional, alívio para os males da alma e do corpo, entretenimento, repouso… Mas convenhamos: era um belo sítio para o monumento ao Laicismo…
Milita, igualmente, a favor desta tese a existência das Capelas Imperfeitas que, sem culpa própria, além de ”imperfeitas” são, por esse motivo, um monumento à incapacidade dos políticos de continuarem os projectos daqueles que os antecederam. Precisam fazer obra própria, de inovar… seja qual for o custo para o erário público.
Por último podia colocar-se um altar ao livre-pensamento, a ideologia totalitária que nos querem impor e que, curiosamente, tem muito pouco a ver com a liberdade de pensar e menos ainda, com o pensamento livre.

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