30.1.05

Três Maneiras de Alimentar os Porcos

Respigando em velhos papeis descobri esta história contada pelo Profesor Enrique Sueiro.
“Um agricultor recebe, em momentos diferentes, a visita de três funcionários. Em cada situação, trava um dos diálogos que se seguem:


- Como alimenta os seus porcos?
- Com as sobras.
- Tenho de lhe aplicar uma multa de 6.000 €. Sou Inspector Veterinário e é degradante a maneira como trata os animais.


- Como alimenta os seus porcos?
- Com os melhores manjares do mercado: caviar, marisco...
- Vou ter de multá-lo em 6.000 €. Sou Inspector da Segurança Social e é vergonhoso o seu comportamento quando há tanta gente com fome e a passar necesidades.


- Como alimenta os seus porcos?
- É assim! Dou 10 € a cada um e eles compram o que lhes apetece.”

1 Comentário(s):

Blogger Francisco Faure escreveu...

Estupendo...
Recorda-me, esta história, uma conversa que, em tempos, tive com um colega. Discutíamos a relação com os animais, entre uma cerveja em Alijó e as curvas da estrada que nos levava à Chã. Era noite e um cão atravessou-se na nossa frente.
Não o matámos, mas deu para passar o resto da noite a dizer: Um cão é só um cão!
E é um facto. Nós, que tínhamos sido criados no campo, respeitávamos o animal com aquele respeito de quem o conhece, de quem o estima, de quem precisa dele e de quem sabe que ele precisa, de alguma forma, de nós.
Uma vaca era para ser criada, estimada, com o carinho de quem sabe que, se assim não for, ela não sobrevive e nós também não sobrevivemos.
Agora, com os defensores dos animais, usamos os animais como brinquedos pessoais. Já não os estimamos mas adulamos.
E matar um porco, matar uma vaca, são agora actos para ser relembrados apenas nos livros de antropologia... E recordar que o bom matador era o que não fazia sofrer o animal ou que o mau matador nunca mais era contratado, é algo que teremos que procurar na nossa memória profunda se um dia os nossos filhos nos perguntarem repugnados... Pai, viste algum porco ser morto sem levar antes uma anestesia? (como se fôssemos do tempo do arroz de 15)
Desculpem-me se ofendo alguém, mas... para mim, um cão será sempre um cão. Respeitá-lo-ei como a todas as criaturas. Mas nunca o colocarei onde ele não tem que estar.

2 de fevereiro de 2005 às 22:17  

Enviar um comentário

<< Home