Recuperar O Papel do Pai Na Família
O remoinho em que se transformou o dia a dia de muitas pessoas e as suas consequências na vida pessoal e familiar são, actualmente, motivo de reflexão. Com efeito, o acesso ao trabalho fora de casa, onde continua a imperar o modelo masculino, e o conhecimento dos mecanismos da sua fecundidade criaram à mulher uma nova situação que tem de ser repensada pelo casal e pela sociedade
Na vida familiar, quantas vezes acontece que, ao nascerem os filhos, desaparece a troca de impressões entre os cônjuges exactamente no momento em que era mais necessária. O diálogo entre o casal passa a ser quase um monólogo a dois: “são precisas fraldas”; “tenho de dar banho ao menino”; “estou estoirada”, “não tenho tempo, passa pela creche...” Daqui às queixas, às frustrações, às discussões, às atitudes e palavras desabridas, aos mal entendidos, à separação pode ser um percurso muito rápido. Tudo isto quando a criança precisa de presença atenta dos pais, de serenidade, de carinho...
Hoje, felizmente, não poucos maridos partilham as tarefas do lar, Mas, este comportamento está longe de ser maioritário e o conhecimento de algumas situações permite interrogarmo-nos se, por vezes, de parte a parte, não existe alguma responsabilidade nessa falta de colaboração.
De facto, por natureza e educação, não é por acaso que durante a gravidez e o parto se gera uma especialíssima relação de intimidade cúmplice entre mãe e filho, a mulher tende a assumir a maternidade como algo seu, relegando, para segundo plano o papel do pai. Tratar do filho é, para ela, uma atitude estrutural...E não se dá ao pai sequer o direito e a possibilidade de aprender. A mulher tende a assumir-se, sempre, como a principal, por vezes a única, responsável pelos filhos e pela casa.
Este estilo de comportamento, agravado pela educação e tradicional falta de generosidade masculina, leva progressivamente o homem a alhear-se das coisas do lar, a refugiar-se no trabalho, que passa a ser a sua única fonte de afirmação e de auto estima, Consequentemente, está todo o dia fora de casa, convencendo-se, ou procurando convencer-se e convencer, que, no material, se esgota o seu papel de pai. Deste modo está ausente das suas responsabilidades na educação dos filhos, nas tarefas do lar, no conhecimento e solução dos pequenos problemas domésticos do quotidiano...
Devo recordar que o homem, neste aspecto da ajuda em casa, está numa posição difícil, pois, por um consenso habitualmente aceite, é chefe de estado numa situação em que a mulher é primeiro-ministro. Por isso é necessário acertarem conjugalmente o passo de modo a levarem juntos para a frente, com harmonia, a família que fundaram.
No quotidiano, a maior parte das situações são opináveis, com várias soluções possíveis, embora passíveis de serem melhoradas.
Essencial é que o trabalho se faça. Quem quer ser ajudado, por uma simples questão de justiça e bom-senso, tem que aceitar e valorizar essa ajuda nos termos e na medida em que o outro lha pode dar. E se, ouvido o outro, existem razões válidas para querer que se faça de determinada maneira é necessário expô-las com afabilidade e clareza e dar-lhe todo o tempo necessário para as assimilar e pôr em prática. Porque uma razão sem razões válidas deixa de ser razão para se tornar numa prepotência.
Vejamos duas situações concretas:
Será mais valioso fazer o jantar para toda a família ou levar os filhos à aula de música, com invernia ou estiagem e esperar por eles ocupando bem o tempo?
Se, aparentemente, tanto dá pôr a mesa usando copos iguais que, por questões de arrumação, estão em duas prateleiras do mesmo armário vale a pena fazer uma guerra porque um tira os copos de baixo e o outro acha que se devem usar os de cima?
Hoje há que pedir e possibilitar à mulher que, antes de se esgotar, se modere no seu afã de fazer. Em tudo, excepto no amor, é necessário saber parar. Um parar que não é preguiça mas ócio, tempo para ser, para crescer interiormente, para se abastecer, para renovar forças, para seguir voando mais alto e melhor. Não num voo solitário e, quantas vezes azedo e neurótico, mas num voo amoroso, solidário, que arraste os outros consigo.
Portanto, é urgente restaurar o papel do pai na família: do pai que partilha o esforço da educação dos filhos e as cargas do lar, do pai que apoia os projectos profissionais da mãe dos seus filhos, do pai que pelos meios socio-políticos ao seu alcance contribui para que cada vez mais, na sociedade humana, haja homens que sejam trabalhadores e pais e mulheres que sejam mães e trabalhadoras. Porque sem um pai e uma mãe não há família. E sem família, que é a célula básica da sociedade, não há pessoas felizes.
Na vida familiar, quantas vezes acontece que, ao nascerem os filhos, desaparece a troca de impressões entre os cônjuges exactamente no momento em que era mais necessária. O diálogo entre o casal passa a ser quase um monólogo a dois: “são precisas fraldas”; “tenho de dar banho ao menino”; “estou estoirada”, “não tenho tempo, passa pela creche...” Daqui às queixas, às frustrações, às discussões, às atitudes e palavras desabridas, aos mal entendidos, à separação pode ser um percurso muito rápido. Tudo isto quando a criança precisa de presença atenta dos pais, de serenidade, de carinho...
Hoje, felizmente, não poucos maridos partilham as tarefas do lar, Mas, este comportamento está longe de ser maioritário e o conhecimento de algumas situações permite interrogarmo-nos se, por vezes, de parte a parte, não existe alguma responsabilidade nessa falta de colaboração.
De facto, por natureza e educação, não é por acaso que durante a gravidez e o parto se gera uma especialíssima relação de intimidade cúmplice entre mãe e filho, a mulher tende a assumir a maternidade como algo seu, relegando, para segundo plano o papel do pai. Tratar do filho é, para ela, uma atitude estrutural...E não se dá ao pai sequer o direito e a possibilidade de aprender. A mulher tende a assumir-se, sempre, como a principal, por vezes a única, responsável pelos filhos e pela casa.
Este estilo de comportamento, agravado pela educação e tradicional falta de generosidade masculina, leva progressivamente o homem a alhear-se das coisas do lar, a refugiar-se no trabalho, que passa a ser a sua única fonte de afirmação e de auto estima, Consequentemente, está todo o dia fora de casa, convencendo-se, ou procurando convencer-se e convencer, que, no material, se esgota o seu papel de pai. Deste modo está ausente das suas responsabilidades na educação dos filhos, nas tarefas do lar, no conhecimento e solução dos pequenos problemas domésticos do quotidiano...
Devo recordar que o homem, neste aspecto da ajuda em casa, está numa posição difícil, pois, por um consenso habitualmente aceite, é chefe de estado numa situação em que a mulher é primeiro-ministro. Por isso é necessário acertarem conjugalmente o passo de modo a levarem juntos para a frente, com harmonia, a família que fundaram.
No quotidiano, a maior parte das situações são opináveis, com várias soluções possíveis, embora passíveis de serem melhoradas.
Essencial é que o trabalho se faça. Quem quer ser ajudado, por uma simples questão de justiça e bom-senso, tem que aceitar e valorizar essa ajuda nos termos e na medida em que o outro lha pode dar. E se, ouvido o outro, existem razões válidas para querer que se faça de determinada maneira é necessário expô-las com afabilidade e clareza e dar-lhe todo o tempo necessário para as assimilar e pôr em prática. Porque uma razão sem razões válidas deixa de ser razão para se tornar numa prepotência.
Vejamos duas situações concretas:
Será mais valioso fazer o jantar para toda a família ou levar os filhos à aula de música, com invernia ou estiagem e esperar por eles ocupando bem o tempo?
Se, aparentemente, tanto dá pôr a mesa usando copos iguais que, por questões de arrumação, estão em duas prateleiras do mesmo armário vale a pena fazer uma guerra porque um tira os copos de baixo e o outro acha que se devem usar os de cima?
Hoje há que pedir e possibilitar à mulher que, antes de se esgotar, se modere no seu afã de fazer. Em tudo, excepto no amor, é necessário saber parar. Um parar que não é preguiça mas ócio, tempo para ser, para crescer interiormente, para se abastecer, para renovar forças, para seguir voando mais alto e melhor. Não num voo solitário e, quantas vezes azedo e neurótico, mas num voo amoroso, solidário, que arraste os outros consigo.
Portanto, é urgente restaurar o papel do pai na família: do pai que partilha o esforço da educação dos filhos e as cargas do lar, do pai que apoia os projectos profissionais da mãe dos seus filhos, do pai que pelos meios socio-políticos ao seu alcance contribui para que cada vez mais, na sociedade humana, haja homens que sejam trabalhadores e pais e mulheres que sejam mães e trabalhadoras. Porque sem um pai e uma mãe não há família. E sem família, que é a célula básica da sociedade, não há pessoas felizes.